PINGO DE CHUVA
Cada gota de chuva
Um pedaço do mar
Que voa para o rio
Depois de sugada pelo ar
Regou a terra plantada
Percorreu o corpo da amada
Foi num gole engolida
Fez transbordar o copo d’água
Escorreu do olhar sem graça
Não tão doce, quase salgada,
Na rua navegou na enxurrada
Caiu de pé e correu deitada
Deixo a cidade alagada
Por um pneu foi ejetada
Pingou, vazou foi escoada,
Voltara, na próxima chuvarada.