MINHA CASA, MEU CANTO
Sandra Fayad
 
Minha casa é meu canto
Onde eu canto desafinada.
Nunca sei em que canto da sala ou da cozinha
eu deixei  isto, aquilo ou nada.
Não sei também onde canta
o despertador e o telefone,
mas sei bem onde é o canto
de cada pássaro do meu quintal.
Minha casa é meu palácio com tapetes
de borracha e de sisal.
Nas paredes, com ou sem critério,
Obras de artistas do arraial
 E até um internacional.
Da entrada até o quarto
Geme a escada de granito preto
apoiada em negro metal.
Minha casa é um canto de muitos cantos
Por alguns cantos cantam TV e computador,
CD com ruído no som já cerzido.
Estridentes cantam também o fogão,
a lava-roupas e o interfone.
No seu cantar ritmado cantam sabiás,
periquitos e pássaros pretos,
em alado coro com beija-flores e borboletas;
Cantam minhocas e lagartixas
Em seu canto lento e arrastado;
No balanço da ventania
Cantam condimentos e plantas medicinais
Em parceira com as ornamentais.
Fazem fundo para meu poema
O cantar suave da chuva e o desejo de te beijar
Como em cena de cinema...
Bsb, 29-09-2013
 
Sandra Fayad Bsb
Enviado por Sandra Fayad Bsb em 29/09/2013
Reeditado em 29/09/2013
Código do texto: T4503923
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