viagem ao fim do mundo
no fim do quarto milênio
a nossa nave partiu
rumo ao desconhecido
e o que estava escondido
naturalmente surgiu
e eram monstros amáveis
que ofereciam prazeres
que nunca tínhamos visto
nem mesmo depois de Cristo
com todos os seus poderes
cidades que flutuavam
em palcos cheios de luz
um céu que era bonito
pois já não era infinito
como o martírio da Cruz
os peixes nos convidavam
para passeios noturnos
quando as ovelhas sensuais
amavam doces pardais
que só calçavam coturnos
árvores que nos chamavam
para fazermos amor
flores que cantarolavam
pássaros que as imitavam
em sons vestidos de cor
e nesse mundo estelar
intolerância não havia
e mesmo a felicidade
até sentia saudade
de como a gente a queria
tudo fazendo sentido
foi o que a gente encontrou
plantas com os animais
nossos desejos lá atrás
o fim do mundo chegou