Seresta em Corôa Grande

Eu até posso tentar escrever,

posso tentar descrever, mas

não há o que dizer,

o momento se exprime por si só:

O local, as pessoas, as músicas,

a bebida e o ar,

o espaço nos envolvendo...

Um frio!

Frio por fora, por dentro ferve,

a cabeça borbulha

e o cérebro esfumaça

em devaneios e desejos vãos.

Os olhares se cruzam,se esbarram, paralisam...

O efeito das bebidas já se mostra

em gostosas gargalhadas

e no coro espontâneo que acompanha o cantor.

Relógios são apenas adereços

e só o sol se preocupa em renascer.

E surgem bocejos,

os olhos vermelhos (cansados).

Os ânimos se acalmam e o dia amanhece:

Os sons da noite silenciam,

beijos, acenos,

despedidas.

-Até amanhã!

-Até mais tarde!

-Vamos dormir?!...

Júlio Amorim
Enviado por Júlio Amorim em 30/08/2013
Reeditado em 08/04/2014
Código do texto: T4459770
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