Seresta em Corôa Grande
Eu até posso tentar escrever,
posso tentar descrever, mas
não há o que dizer,
o momento se exprime por si só:
O local, as pessoas, as músicas,
a bebida e o ar,
o espaço nos envolvendo...
Um frio!
Frio por fora, por dentro ferve,
a cabeça borbulha
e o cérebro esfumaça
em devaneios e desejos vãos.
Os olhares se cruzam,se esbarram, paralisam...
O efeito das bebidas já se mostra
em gostosas gargalhadas
e no coro espontâneo que acompanha o cantor.
Relógios são apenas adereços
e só o sol se preocupa em renascer.
E surgem bocejos,
os olhos vermelhos (cansados).
Os ânimos se acalmam e o dia amanhece:
Os sons da noite silenciam,
beijos, acenos,
despedidas.
-Até amanhã!
-Até mais tarde!
-Vamos dormir?!...