E Ele Acreditava Ser Hi Man
Me vesti de moleque
corri quintal afora...
Sonhei seus sonhos.
Joguei bola.
Subi em árvores
dei carinho,
de nada me arrependo
até agora.
Ainda vejo
o seu rostinho
sorrindo.
Cabelos negros...
De brilho intenso.
E pele morena
ainda assim,
sentia-se He Man.
Espada de plástico.
Nada de fiasco
só um sonho
de menino...
Subíamos à goiabeira
via contigo,
seus amigos
imaginários...
Tornando-me
também um deles.
O protegi
com tanta força,
que mais perecia
uma leoa.
Guardei-lhe
das hienas da vida.
Isso não foi atoa.
Privei-lhe
alguns
sonhos.
A exemplo,
andar na rua
antes
do tempo.
De tudo
o que fizemos
juntos,
de nada
me arrependo.
hoje.
Sou apenas,
a mulher que deu-lhe
A luz.
Seu caminho
já percorre
sozinho...
um grande homem
lhe fiz.
Meu animalzinho
de estimação...
Abri os braços,
para abrigar-se.
Em outros braços.
Que hoje
por mim
te abraçam.
Com tudo isso
me alegro
sem nada temer.
E ainda juntos...
Sorrimos.
dos dias
de criança.
quando mães
viram moleques.
Para que não
adotem
nas ruas
seu meninos.