Pipas Voando!
Hoje é o dia da pipa!
Pega bambu no mato,
papel colorido, barbante, cola
Mãos a obra!
Colorida as facetas,
rabiola comprida,
Geometria e matemática,
Uma arte gráfica,
física na meta!
Mas ecologicamente correta!
O barbante sem cerol!
E muita linha!
A pipa pronta, que linda!
Joga ao vento!
Quantos movimentos!
Vai e vem!
Rodopia, se insinua.
Roda, rola, se apruma!
Muito alem, some!
Sinto-a em minhas mãos!
Feliz ser brincando ao leu!
Fazem abrilhantar seus olhos!
Ingênuo, meigo,
Seu feito!
E do céu vem a concorrência...O corte!
Desleal cerol!
Força abrupta!
Que luta,
Disputa de luzes, grito de guerra!
Sol refletindo as dores,
Sensação de vantagem!
Vitória curta!
Foi-se com rapidez!
Como resguarda-la?
Fácil perde-la
Pela cobiça.
Cores, lembranças...
Barbante se desleixando ao tempo,
Caindo sombrio ao chão.
Vou fazer outra pipa!
Pega bambu no mato,
papéis, barbante, cola.
Mãos a obra!
Outra faceta!
Cores únicas, fortes e vibrantes!
Maior, melhor!
Mais forte, reflexiva!
Pronta à pipa,
Leva ao vento!
Mas ecologicamente correta!
O barbante sem cerol!
E muita linha!
Solta ao ar!
Parece gingar!
Lindo, bom!
Da gosto!
E a pipa some num giro...
Sinto nas mãos a liga,
Puxo, repuxo.
Engato as façanhas no ar!
Seu balanço,
Dança no céu!
Chama atenção!
Rindo à toa!
E do céu vem a concorrência...
Olha de novo o cerol!
O grito de guerra!
Minha própria pipa de volta!
Com rabiola sortida,
Mais fortalecida, que briga!
Cuidaram de você muito bem!
Mais cerol, não!
Vou perder?
Vou fugir?
Vou ficar apenas com esta!
Vou lutar!
Vou querer as minhas duas pipas de volta!
O corte! E foram-se as duas pipas ao ar...
Voltei cansativo e cabisbaixo,
Tento concluir:
Mesclada às pipas...
A pipa vibrante vai ficar mais forte,
A colorida vitoriosa?
Posso negociar?
Isto não tem fim!
Vou deixar a biologia de lado!
Vou colocar cerol nas pipas?
Exigir explicações físicas à concorrência?
-Não!
A química dos homens é
As pipas voando!