A sina de um cantador.
Sentiu no rosto acariciar
A brisa leve que fazia farfalhar
Folhas e flores como uma canção
Trazendo para dentro dele próprio
Todas as boas lembranças
Daquele antigo verão.
Esse cantador, que no peito
A muito não tinha mais dor
Recita e canta as palavras
Como se fossem tuas amigas
Como se fossem a melhor das amigas
Sem nem ao mesmo notar
Que não existia platéia alguma
No teu raio de olhar.
Mas do que isso importa?
O importante é sempre cantar
Conforme a tua musica e ritmo
Conforme teu sonho e amor.
E fazendo uma prece baixa,
por alguns instantes
O cantador parou de cantar,
Mesmo sendo hora adiantada
Se arremete a tua sina.
Se lembra daquela noite
Que apesar de ter sido o fim,
Foi nela que olhou pra dentro de si
E gostou do que viu,
E não parou mais de cantar,
Não nessa vida.