MORANDO NO CÉU

Essa tremenda paz, que aqui sempre brota,
que mostra a tranquilidade, no fim da grota,
entre as sombras do pé de laranja, e do mamão.
Conheço bem  como cuidar da goiaba e da banana,
só não sei  que dia é hoje, do ano, mês e semana,
mas isso tanto faz, para esse solitário ermitão.
Tenho as estrelas no céu,
tenho da floresta. o mel,
e tenho lenha no fogão.

Um canto, um ranchinho,
o meu viver e sozinho,
no fundo desse sertão...

A lua cheia, que esse recanto ilumina,
ou tudo escuro, quando ela é minguante,
mas aí tenho a luz de uma lamparina,
que deixa  o ranchinho tão elegante.

Meu mundo e enorme, nunca foi pequeno,
aqui tenho sobrando, o orvalho e o sereno,
aqui no deserto, conheço a paz, tenho de tudo.
Não importa se sou feio e ando todo rasgado,
não tenho roupas, por que vivo muito isolado,
pássaros e animais, não notam que sou barbudo.
À tempos, levei na freguesia,
inúmeros favos de mel,
para escrever minha poesia,
troquei por lápis e papel.

Rancho agora habitado,
por um sonho do passado,
e o poeta, que mora no céu.


Obs. A foto ilustrativa foi enviada pela minha grande amiga, e ótima poetisa LU GENOVEZ
GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 06/06/2013
Reeditado em 07/06/2013
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