um pouco de vento

eu quero pedir emprestado

um pouco de vento ao espaço

lamento não ter a certeza

de que vou poder devolver

e quero manter-me constante

na prerrogativa que tenho

de que no que eu desejar

esteja o de que me abstenho

é longo o caminho que traço

conduz-me a névoa sem cor

eu quero colher o sabor

de toda aridez do cansaço

também um olhar desse sol

e um pouco desse mormaço

e ir terminar o meu dia

lá dentro da carpintaria

e quero findar meu trabalho

bem na solidão do outono

bem perto do vento vadio

e longe do olhar de abandono

e se a tempestade assustada

não for me poupar do sermão,

só quero poder simplesmente

ter como chamar-lhe a atenção

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 06/05/2013
Código do texto: T4277281
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