QUANTAS VEZES

Esqueço de olhar o céu

de contemplar a lua

sondar as estrelas

Quantas vezes

o dia me parece sem graça

e acredito que todos são assim

Quantas vezes eu penso ter usado

a última gota da minha saudade

o meu último suspiro

Quantas vezes

acredito ter derramado a última lágrima

a última emoção

a última inspiração

Quantas vezes

tudo vira silêncio dentro de mim

perco o sono, não sonho

não divago

Mas quantas vezes

depois de toda esta letargia

outra vez nasce em mim

uma nova poesia

Célia Jardim

Célia Jardim
Enviado por Célia Jardim em 22/03/2007
Reeditado em 08/12/2007
Código do texto: T421365
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