Acordada

Acordada

Era um verso menino, que,

com seu riso arteiro

fez cócegas no meu pensamento

pôs se a soprar cantigas aqui dentro

tentou me puxar dos travesseiros

Disfarcei o sorriso

ainda disposta a dormir

virei - me de lado

esperando que ele

cansado

se dispusesse a partir

mas, ele irrequieto

chegou se bem pra mais perto

botou me no colo

sussurou doidices

danou se de comigo bulir

Cobri a cabeça

na vã esperança

de fazê lo desistir

mas, qual criança

diante de folguedo ou dança

é capaz de resistir?

Ele insiste, resiste

faz troça de minha fingida indiferença

levanta minhas saias, morde meu juízo

assopra meu pescoço

faz tamanho alvoroço

que me resolvo a revidar

armada de travesseiro

miro o verso alado

e numa certeira pancada

rola na cama as risadas e,

penas pra todos os lados....

Bárbara luiza Magalhães
Enviado por Bárbara luiza Magalhães em 19/03/2013
Reeditado em 24/01/2014
Código do texto: T4196865
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