Felicidade

Desertos habitados por oásis,

caminhos feitos e refeitos ao ritmo do tempo,

cômpitos de passeios esquecidos,

troféus guardados em armários rotos,

remansos do rio passante,

olhares entrelaçados ao alheamento do instante,

sabores dos frutos maduros,

jardins cobertos de girassóis,

encontros e desencontros dos momentos acinzentados.

No vazio, você se esconde!

Planícies povoadas por árvores,

estradas caminhadas sob as sombras das nuvens,

conexões de réstias coloridas pela alva,

lembranças guardadas em gavetas secretas,

correntes serenas retroalimentadas pelo tempo,

imagens refletidas na retina da janela,

cores das pinturas arteiras,

cotovias encantadas pelas roseiras,

conversas e pausas sob a luz da lua.

Sua cor, sua canção, sua fragrância, apareça!

Sob a árvore plantada no oásis, me deparo,

me disponho à estrada coberta por cheiros,

aos caminhos coloridos da alva, me conecto;

me absorvo nas lembranças lavadas com choro,

na corrente do rio sereno me banho;

me entrego à imagem refletida no olhar alheio,

com as cores dos frutos maduros, me encanto;

o perfume da senda ajardinada me inebria,

às conversas e pausas dos encontros me atino.

Felizes, a felicidade e eu brincamos de escondidas,

às vezes ela me encontra, outras eu a encontro.

Silas Lima

@silasjlima

www.silaslima.net