NA ESQUINA DO TEMPO MEU
(Sócrates Di Lima)
Na esquina do meu tempo,
Fiz a curva da minha vida,
Já era a destempo,
Mas gosto quando a vida se faz surpreendida.
A esquina do meu tempo dobrei,
Sem que me percebesse, uma flor encontrei,
Estava ali, sozinha, no asfalto da minha alma quando avistei,
E com o coração pulsando, parei, olhei, peguei.,
E essa flor linda ali estava,
Com sua folhagem nova,
Seu sorriso em pétala me falava,
Na doçura de um olhar a toda prova.
E com a alegria que o nunca foca,
Foquei a alegria que dessa flor absorvi,
E nessa hora, minhas mãos seu ramo toca,
Como num corpo tocado me absolvi.
Foi asssim que nesse dobramento,
Derrapei nos meus sentimentos,
Nas curvas sinuosas do pensamento,
Nessa flor me apeguei por consentimentos.
Ah! que nessa curva desse tempo meu,
Que percorria com faróis dos olhos do sem fim,
Quase nem percebi o susto que me deu,
Encontrar essa flor se abrindo só pra mim.
E agora, essa flor que me abraça sem disfarce,
Depois dos sofridos tempos que a desfaleceu,
Viçosa. no jardim do meu peito a trago no enlace,
Por conta da bendita dobra da esquina do tempo meu.