AS TUAS MÂOS...
Olho as tuas mãos
Tão dóceis e refinadas
Tão suaves e delicadas
Como que fossem cetim!
Trago-as a mim…
Pelas trilhas do meu rosto
Num leve encosto
E deixo-as marear naturalmente...
Deixo-as assim
Sentindo cada dedo que me toca
Cada deslize brando que retoca
E qual motim
Se ergue instantaneamente
Na minha pele que, dormente,
Exige novamente
Esse festim...
Que mãos de fada!
Que toque fresco!
Em cada pé-de-vento
Eu me refresco!
Que doces passagens
Em rotas certeiras
Em premeditadas viagens
Que despertam os sensores!
Que mãos justiceiras
Que incitam a rebeldia
Do meu manto que todo se alia
Nas suas esteiras...
Que mãos tão seguras
Lidando a vida que passa
Sem quaisquer cesuras
Se mostram na sua graça
Na sorte e na desgraça...
Que mãos tão maduras!
Que mãos as tuas!
Que mãos tão firmes
Não acusam a vida
O desgaste da lida
Que mãos sublimes!