Toquinho brazuca

Vai, tenta, faz de conta...

Segura nossas pontas...

Requebra toda tonta

E cai nos meus carinhos.

Vai, tenta, pira a cuca!

Aquece minha nuca...

Vem, vem, minha brazuca...

E cai nos meus bracinhos.

Mas vem, mulher levada...

Cai comigo na estrada!

Vem mesmo toda armada

Que o mundo nos aguarda.

E as tuas meninices,

Nas nossas idiotices,

Serão civis meiguices...

Traze a tua espingarda!

Vem, vem, mulher pequena...

Cabloca... Vem, morena...

Branquinha tão serena...

Beleza tropical!

Olhinhos tão levados...

Rostinhos desenhados...

Beijinhos tão sonhados...

A mágica carnal!

Seremos, meu anjinho,

Felizes passarinhos...

Teremos muitos vinhos

Na corte angelical!

Vem, vem, tu - de Ipanema.

Que moça de cinema!

Vem, vem, corpo poema,

Florir o meu jornal.

Viagens pelo céu...

E tu, toda de véu,

(Tirando meu chapéu)

Vai beijar-me no altar!

E eu sorrirei contigo...

E sorrirás comigo...

E eu viverei contigo

Num sítio beira-mar.

Os ventos mais risonhos,

Com flores dos teus sonhos,

(Na ardência dos meus sonhos)

Serão meu paraíso.

E à tarde, quando a chuva

Roubar as nossas uvas,

Que tal banho de chuva

Ao som do nosso riso?...

Vai, tenta, faz de conta...

Segura nossas pontas...

Requebra toda tonta

E cai nos meus carinhos.

Vai, tenta, pira a cuca!

Aquece minha nuca...

Vem, vem, minha brazuca...

E cai nos meus bracinhos.

25/01/2013

Innocencio do Nascimento e Silva Neto
Enviado por Innocencio do Nascimento e Silva Neto em 25/01/2013
Reeditado em 25/01/2013
Código do texto: T4105043
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