Das doçuras

Um sorriso desajeitado...

Um olhar escondido...

Um gesto compelido...

Um grito envergonhado!

Um pulo calado!

Um pranto esquecido!

Late feliz o cachorro.

Balança seu rabinho

Empina seu fucinho

Como quem pede socorro.

E eu quase morro

De dar-lhe meu carinho.

A criança sorri calma:

Calmamente ela é feliz.

E há gente que diz

Que não existe alma.

Mas eu bato palma

Para o riso em cicatriz.

Feridas no pé

Sorriso na boca.

Que gente mais louca:

Triste não é.

E jamais perde a fé

A fé não é pouca.

E vem linda... Caramba!

Que "corpo-poema"...

Não é de Ipanema

Mas sabe de samba.

E a sua paz bamba

É um doce dilema.

Samba, carioca!

Esquece teus bucacos...

Nos humildes barracos,

Há ricas pipocas.

Carioca, tu tocas

A felicidade dos cacos.

O povo sorri...

O vento não morre...

A lágrima escorre...

Eu canto por ti...

E vivo por ti...

E fico mais porre!

Doce é a felicidade.

Doce é o latido

Do cão ferido

Por insanidade.

Grande é a vontade

Do sonho querido.

E as besteiras -

Que doces idiotices.

Sonhadas meiguices:

Leves e fagueiras.

Doces bananeiras...

Isusões e romancices...

Ilusões inalcançáveis

Imperecíveis

Indescritíveis

Amáveis

Incontáveis...

E, por isso, inesquecíveis...

16/01/2013

Innocencio do Nascimento e Silva Neto
Enviado por Innocencio do Nascimento e Silva Neto em 17/01/2013
Reeditado em 17/01/2013
Código do texto: T4089048
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