Vai e vem
Não vejo o que vês
E vejo o que não vês.
E o que vemos, vês
Porque não existe
Talvez...
Não sinto o que sentes
E sinto o que não sentes.
E o que sentimos, sentes
Porque são coisas
Inexistentes.
Não penso o que pensas
E penso o que não pensas.
E o que pensamos, pensas
Porque são simples
Crenças.
Não toco o que tocas
E toco o que não tocas.
E o que tocamos, tocas
Porque são fúteis
Pipocas.
Não canto o que cantas
E canto o que não cantas.
E o que cantamos, cantas
Porque são chaves
Santas.
Se não existo, existes.
Se existo, não existes.
E se existimos, existes
Porque assim
Não somos tristes.
Leitor meu, meu leitor
A vida é tua, meu leitor.
E se vives, meu leitor,
Também vivo de amor.
Um riso para este autor,
Uma prece sem mais dor,
Uma eternidade
E, sem mais terror,
A nossa felicidade.
08/12/2012