Aquele bilhete
Aquele e mail que não escrevi,
Procurei borrachas e lápis e já perdi,
Rabiscando, digitando,
Ao passar dos anos, salas e quartos sem bate papo.
No quente estofado, taças e vinho tinto,
Esboçava um sorriso, já estavas rindo,
Anedotas, contos e piadas,
Conversas sacanas e até mesmo ousadas,
Ria que rolavam lágrimas.
Aquele carta que me ofendeu,
Borrachas não apagariam o lápis que escorreu,
Borravam meus olhos, minha face,
Chorava rubra como tomate,
Na tempestade de um copo covarde.
Eu chorava toda sem graça,
Acompanhada da dona tristeza desgraça,
Minha conta, e mail fechado,
Não mandei pra ti desaforos baratos,
Tenho classe, assim fica feio,fica chato.
Aquele bilhete escrito a papel,
Como quem pede presentes a papai Noel,
Num lago onde nadam os patos,
eu pego com as mãos os meus sapatos,
descalça e feliz te esqueço e rindo te largo.