Dos ventos, a vida!
Nasci junto ao broto de seu suspiro,
Respirando de seu perfume, a vida!
E o longo abraço do vento, arredando-me, me levou.
Atordoando a felicidade, agredindo ao natural...
Arrancou de minhas asas, todo o sentido matinal!
Dando-me a noite, sem os ápices de sua luz dourada.
Renascendo desde então, das cores cinza,
Das cinzas foscas, dos chulos verões,
Das versões caricatas, de um azul, que não toava.
Embreei-me em chuvas de saudades,
Arrolando a sua falta, adiando,
A ventura de te encontrar.
Mas, a vida segue a ordem e o vento voltou!
Arredou-me novamente (em risos),
Trazendo-me ao reluzente, dourado de sua cor.
Agora, entendo o castanho, que seu olhar inspira...
Dos negros noturnos, dos dourados diurno,
Dos meus olhares (distante) em suas retinas.
........... “ Catarino Salvador “.