CAMINHO PARA O PARQUE
CAMINHO PARA O PARQUE
Domingo é dia de Parque
Parque Olhos D’água:
pequena amostra do cerrado
sem ema, sabiá, tamanduá,
sem lontra, onça, lobo-guará.
Às nove, sempre aos domingos,
desço a “setecentos”,
atravesso no semáforo a W3,
e vou dar nos fundos das “trezentos”.
Tiro óculos de sol e chapéu.
Chapéu agora são galhos de árvores
entre a calçada quebrada e o céu.
Param na faixa os motoristas e eu sigo.
Em Brasília se respeita pedestre.
“Cento e Treze Norte”!
A Quadra dos milicos, a campestre.
Desço a escadaria lateral,
paro no meio-fio do Eixo W,
Olho para o alto e pergunto ao Mestre:
- Atravesso aqui ou na passagem subterrânea?
“Passagem subterrânea? Por enquanto, abandone-a”!
O jeito é atravessar o “eixinho de cima”
a pista mais difícil: a norte- sul;
depois a mais deserta, a inversa.
Sorrio de cara com a cara colorida do Eixão
rodeado de árvores, gramado, jardins,
coalhado de gente que caminha, corre, desfila.
São filhos, netos, irmãos, cães,
bicicletas, patins, carrinhos de bebê.
Faixa central: vão os atletas de fim de semana.
Três quilômetros para o sul é cafuné nos pés.
Nas tesourinhas quatro rodas estacionadas;
nas laterais água de coco, salada de frutas, picolé.
Faixas e tendas: vendo lotes, apartamentos, cãezinhos,
massagem expressa, chamamento à fé: Vamos orar!
Bom-dia, vizinha! Olá, criancinha! Ôi, amiga de fé!
Três quilômetros para o norte. Terminei o “longão”.
Na trilha do gramado vou dar com o Eixo L,
na mente, a canção especial. Atravesso.
SCLN 213/214, vestido de branco e azul.
Abaixo alambrado da felicidade,
cem metros mais e o portão central,
à esquerda praça da melhor idade:
Destino final!
(poesia inspirada no Livro "Paris é uma festa", de Ernesto Hemingway)
Bsb, dez-2012
CAMINHO PARA O PARQUE
Domingo é dia de Parque
Parque Olhos D’água:
pequena amostra do cerrado
sem ema, sabiá, tamanduá,
sem lontra, onça, lobo-guará.
Às nove, sempre aos domingos,
desço a “setecentos”,
atravesso no semáforo a W3,
e vou dar nos fundos das “trezentos”.
Tiro óculos de sol e chapéu.
Chapéu agora são galhos de árvores
entre a calçada quebrada e o céu.
Param na faixa os motoristas e eu sigo.
Em Brasília se respeita pedestre.
“Cento e Treze Norte”!
A Quadra dos milicos, a campestre.
Desço a escadaria lateral,
paro no meio-fio do Eixo W,
Olho para o alto e pergunto ao Mestre:
- Atravesso aqui ou na passagem subterrânea?
“Passagem subterrânea? Por enquanto, abandone-a”!
O jeito é atravessar o “eixinho de cima”
a pista mais difícil: a norte- sul;
depois a mais deserta, a inversa.
Sorrio de cara com a cara colorida do Eixão
rodeado de árvores, gramado, jardins,
coalhado de gente que caminha, corre, desfila.
São filhos, netos, irmãos, cães,
bicicletas, patins, carrinhos de bebê.
Faixa central: vão os atletas de fim de semana.
Três quilômetros para o sul é cafuné nos pés.
Nas tesourinhas quatro rodas estacionadas;
nas laterais água de coco, salada de frutas, picolé.
Faixas e tendas: vendo lotes, apartamentos, cãezinhos,
massagem expressa, chamamento à fé: Vamos orar!
Bom-dia, vizinha! Olá, criancinha! Ôi, amiga de fé!
Três quilômetros para o norte. Terminei o “longão”.
Na trilha do gramado vou dar com o Eixo L,
na mente, a canção especial. Atravesso.
SCLN 213/214, vestido de branco e azul.
Abaixo alambrado da felicidade,
cem metros mais e o portão central,
à esquerda praça da melhor idade:
Destino final!
(poesia inspirada no Livro "Paris é uma festa", de Ernesto Hemingway)
Bsb, dez-2012