A FELICIDADE
É tão modesta, ingênua, destituída de vaidades.
Não está à venda nas prateleiras sofisticadas,
muito menos procura os holofotes para se mostrar,
e se preciso for, despe-se até das vestimentas.
Um mendigo que perambula pelas ruas,
busca seu sustento até nas latas de lixo,
e nas noites frias de inverno onde passa frio,
o cobertor surrado não lhe aquece o corpo,
mas mesmo assim não denota tristezas.
Desperta então com o cantarolar dos pássaros,
e se a ponte onde o rio passa ligeiro foi seu teto,
sorri feliz por escutar a natureza lhe cumprimentar,
e uma pétala de rosa cai devagar em seu regaço.
Aspira então o perfume tão inebriante,
lembrando de tempos onde amou e foi amado,
mas por circunstâncias da vida teve que se ausentar,
vivendo então perambulando sem destino certo.
As distâncias para ele não sem simetrias,
nem destinos onde possa então se aconchegar,
e se for preciso uma parada para seu descanso,
qualquer cantinho para ele é repousante pousada.
Felicidade que não se entende num ser errante,
sem abrigos onde possa ao menos repousar,
e o seu mundo é a vastidão dos horizontes,
onde se atreve até ver o por do sol que se despede,
e a noite calma lhe sorri com as estrelas piscando.
No entanto é feliz pelas belas contemplações,
que lhe confidenciam quando deve sorrir ou chorar,
e se lembranças tão boas lhe invadem a Alma,
passa a assobiar imitando os pássaros cantantes,
e quem lhe contempla não entende essa felicidade.
19-11-2012