Minha rua.

Minha rua tem nome de soldado. Marcilio Dias.
Morto em batalha naval quando ainda nem tinha carnaval.

Ela esta ali. Asfaltada, arborizada, ensolarada e às vezes molhada.

Cresceu com a cidade. No bairro da estação, quando tudo ainda era sertão.

Veio esticando em direção ao por do sol.
Tomando formas:- De lençol de terra, lençol de pedra e lençol de asfalto.

Brotando casas aonde as meninas na noite escura iam
pra rua brincavam de roda a luz da lua.

Onde os meninos jogavam bola e as comadres contavam estórias.

Cresceu tanto que atravessa a cidade e termina no bairro da universidade.

Tem casinhas, tem mansões, lojas, escolas, restaurantes, botecos e construções.

Na esquina perto da praça fica a Prefeitura Municipal, o Fórum e a Escolinha da APAE onde a risada dos diferentes aquece o coração da gente.

Mas o que minha rua mais tem é gente. Gente que conheço desde pequenininha e me da um abraço mesmo quando a dor é só minha.

Gente que é vizinho, que empresta café, açúcar, feijão e até o coração. Empresta filho para ajudar, e até ouvidos para escutar. Empresta alegria e muita cantoria.

Gente que mora ao lado, que freqüenta o bar da frente, onde o café é morno e tem muita música de corno.

Gente que dá bom dia e ainda senta na calçada da gente.

Gente que faz fofoca e se encontra em enrascada e depois da tempestade tudo vira risada.

Minha rua é linda. Minha rua é meu lugar. Meu porto seguro. Onde moram meus sonhos, minha alegria, minhas tristezas e fantasias.


Edamaria
Enviado por Edamaria em 08/10/2012
Reeditado em 10/10/2012
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