UM FIO DE LUAR

Sobrevivi à idade da razão,

livrei-me das grandes tempestades

atravessei estradas pedregosas

hoje vivo a idade do coração

Doravante tudo que escrevo

tem origem no meu coração,

resvala pela alma, explode,

é supervisionado pela razão

Não, não sou sensato, sou poeta

do poeta jamais espere coerência,

seria como pensar que o beija-flor

se apaixonaria por espinhos

Então, entre o senso e o coração

sou meio luar e um tanto céu

de minhas mãos, apenas magia,

do meu olhar mananciais de flores

Não, eu não escolho as palavras,

são elas, cândidas, que me escolhem

e fazem o que bem cogitam

com minha parca imaginação

Se um inesperado fio de luar

perpassa as folhas dos coqueiros

a poesia, iluminada e fascinante,

se manifesta em todo seu esplendor

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 15/09/2012
Código do texto: T3883737
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