Eu morri.

Eu morri.

Vi como cenário meu corpo,

estirado em um beco escuro

em fotos sombrias.

Eu morri.

Vejo em fotos de minutos passados

uma coisa que não vejo mais,

um copo não mais esbarrado.

Morri pro subúrbio,

morri para o bêbado.

Morri para o farol,

onde não tinha sol.

Sim, eu morri.

Vejo em retratos sangrentos

minha ex vida,

minha morte tida.

Vejo agora,

meu corpo estirado, e morto.

Vejo-me não mais encontrando-O no anoitecer,

vejo-me sentado ao amanhecer.

Silêncio!

Meu funeral para alguns não aconteceu,

ou está acontecendo,

façam silêncio.

Meu corpo estirado lá, no chão

mostrará a eles

o quão morto estou,

muito, mas não completamente.

Um moribundo,

falando a outros moribundos.

Um morto,

proclamando a outros mortos.

Estou morto,

eu morri.

Não completamente,

mas estou mortalmente ferido.

Aprendendo a nova vida,

vivendo em vida.

Não sou mais o mesmo,

eu mudei.

Eu morri.

Não sou mais bobo alegre,

tampouco palhaço,

venha, falemos sério.

Eu morri,

nada mais de triunfalismo,

tampouco humanismo,

não, por favor me diga não!

Eu morri.

Meu caráter não é mais o mesmo,

a seriedade anda ao meu lado,

e a tristeza também.

Estou morrendo para alegrias passageiras,

felicidades momentâneas,

estou morrendo,

eu morri, eu morrendo.

Não rio mais na praça pública,

dizem até: Seja menos melancólico,

alegre-se, sorria, é um novo dia

peça e ter-se-á dado!

Exclamam: sorria,

seja menos pessimista e negativo,

vamos, vamos,

sorria para os holofotes.

Não, não!

Humanismo patético,

triunfalismo desprezível,

não vês o cálice tomado?

Eu morri,

não sou mais o mesmo,

mudei de estações a estações,

de climas a climas.

Do dia pra noite,

do frio pro quente,

eu morri

não sou mais o mesmo.

Eu morri,

não sou mais o mesmo..

eu morri,

gerado e de novo nasci.

Do sangue,

da mentira,

e da carne

exterminado, fui morto, morri.

Do sangue,

da água,

do Espírito,

e da vontade Soberana do Altíssimo nasci.

[09/09/12]

Cesare, em tudo capacitado pelo Senhor.

Cesare Turazzi
Enviado por Cesare Turazzi em 09/09/2012
Reeditado em 09/09/2012
Código do texto: T3873950
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