Crianças da estação velha
Edson Gonçalves Ferreira
O silêncio da noite quebrava
pelo silvo da máquina cuja luz brilhava
lá por cima da montanha como estrela
fugaz em meio às nuvens escuras das matas
muito aquém da ponte-de-ferro do Niterói
ao apito dolorido do trem
minha sensibilidade de criança fazia
com que eu perguntasse a cada noite
pra minha mãe se o trem-de-ferro estava pedindo socorro
e cada noite era então
um mistério feliz de, ao apito do trem
quando moleques corríamos cheios de fantasia
querendo saber a linguagem do apito do trem
ao apito do trem-de-ferro parecia
que a cidade enchia de magia e de encanto
sacudida pelos sonhos de viagens encantadas
que nossas cabeças de crianças acalentavam
ao ouvir o trem, medrosos
como se um monstro pré-histórico estivesse passando
vendo o trem fazer com que, romanticamente
o moço abraçasse com a namorada com mais força, trêmula de medo
sob o cheiro gostoso da fumaça do trem-de-ferro passando
efêmera e rápida passagem como o tempo que se foi.
!º lugar em Poesia em Concurso da RFF S/A, em 1977 e publicado na antologia “Divinópolis, Hino Ferroviário, pág. 12, 1984, organizada pelo Prof. Mercemiro Oliveira Silva.
Edson Gonçalves Ferreira
O silêncio da noite quebrava
pelo silvo da máquina cuja luz brilhava
lá por cima da montanha como estrela
fugaz em meio às nuvens escuras das matas
muito aquém da ponte-de-ferro do Niterói
ao apito dolorido do trem
minha sensibilidade de criança fazia
com que eu perguntasse a cada noite
pra minha mãe se o trem-de-ferro estava pedindo socorro
e cada noite era então
um mistério feliz de, ao apito do trem
quando moleques corríamos cheios de fantasia
querendo saber a linguagem do apito do trem
ao apito do trem-de-ferro parecia
que a cidade enchia de magia e de encanto
sacudida pelos sonhos de viagens encantadas
que nossas cabeças de crianças acalentavam
ao ouvir o trem, medrosos
como se um monstro pré-histórico estivesse passando
vendo o trem fazer com que, romanticamente
o moço abraçasse com a namorada com mais força, trêmula de medo
sob o cheiro gostoso da fumaça do trem-de-ferro passando
efêmera e rápida passagem como o tempo que se foi.
!º lugar em Poesia em Concurso da RFF S/A, em 1977 e publicado na antologia “Divinópolis, Hino Ferroviário, pág. 12, 1984, organizada pelo Prof. Mercemiro Oliveira Silva.