BURUCUTU FELIZARDO
Ao experimentar ser o Sol...
Senti a doçura da Lua.
Desejei amá-la como um mortal
Atrás da Via Láctea.
Tomei posse dos sentidos
para não revelar qualquer emoção.
Revejo em você,
quando sonho
o meu dragão do medo
a soltar labaredas
e fazer do meu céu da boca... Inferno!
Não reconheço em você... A parceria ideal.
Por isso, não me iludo com a magia
nem com as estrelas que se tornaram decadentes.
Eu, singular figura patética,
simples mortal, metido a ser erudito,
sem me responsabilizar pelos devaneios
e nem ter noção de estar fora do tempo.
Sem ansiar, me envolvo de presente,
passo do passado a passear futuro.
Sigo sem brindar a ironia.
Tento revelar meu eu no versado.
Porque não tenho jeito para ser
pingente de trem parador...
voltar a casar sem contrato de separação...
Nem voltar a viajar de metrô sem destino.