UM VELHO E AZULADO NOVO DIA
(SóCrates Di LimA)
A noite findou-se,
Como se era esperado,
Em sono tranquilo repousou-se,
O coração enamorado.
E um novo dia raiou,
Numa manhã de tênue esperança,
A vida recomeçou,
Como começa uma criança.
Um novo velho Sol,
Uma nova velha manhã,
Mas do velho tudo é novo em cada arrebol,
o relato da vida em um divã.
Tudo nesta vida começa,
Basta estar vivo para começar,
Mesmo que de um ponto qualquer recomeça,
O importante é não parar.
Com Basilissa começa o meu dia,
Recomeça talvez no ponto de parada,
Na sequência a vida e a poesia,
Lado a lado na caminhada.
E como não começar um dia sorridente!
Como não esperar o melhor no tom da alegria!
Dentro e fora do amor da gente,
Não basta amar, melhor é se apaixonar todo dia.
E assim seguimos nossos passos,
Eu no dela e ela nos meus,
Renovando a cada manhã os nossos laços,
Na divina graça de Deus.
E é assim que Deus nos presenteia,
Abrindo os nossos olhos a cada amanhecer em harmonia,
Como a sinfonia do mestre que valseia,
No belo azulado do velho novo dia.