Soprosss...devires ... &... VERSO E PROSA
Vento és tu que carregas o tempo?
ou és o próprio Tempo ?
ou é o Tempo que te carrega
em suas narinas e sopra em assovios ?
sem rosto
em devir permanente
és meu senhor
incolor
indolor
inodoro
invisível
tátil ?
sensível...
arde
plasma
e não és ...
te faço meu
me faço tu
e já sem asas
poder
faces
e com todas elas
transponho-me a mim...
torno-me
sopro
veloz
virgínia f. além mar 31/12/2006 16:00 h
Anônimos *virgínia
Passo em meu passo um traço demolidor das cativas sombras
De mim digam vocês... Seus conceitos deslizam a fora, formam duetos,sonetos, novelas, contos, boatos e, passo, afora ficções... Nas veias suas teias não se criam, deslizam enquanto somam-se disfarces, para que? Para sair do bendito anonimato? Desfruto momentaneamente dos atributos, desfrutas?
Porque interpretações, monções de espelhos desfilam ...
Passo na hora mais clara que sombra quiçá produz. A estrada já é frisada de imaginários personagens suficientes. Quantas estórias bonitas anônimos produzem ao despertar sonhos reprimidos... Me apraz as desimportâncias, serenidade que esvazia e recria.
Por mais que se diga seguimos anônimos porque que cada um vê o outro com seus próprios olhos...Tudo está tão certo, cada qual segue livre para em segredo metamorfosear-se e entregar-se ao deleite dos devires, e Já somos outros a cada encontro; desconhecidos quiçá sem nome, sem rosto, sem máscaras suficientes para o passado denunciar. Porque então palavras? Palavras prosseguem sendo tão apenas para lavar e esvaziar-se de restos de rostos, rastros, traças
troços e retornar ao vazio anônimo que em cada um habita e o faz produzir e reproduzir...
Virgínia 03/03/2004