O CANTO LIVRE DE DOIS PÁSSAROS!
I
Bem-que-te-vi, de olhos fechados...
Cegos somente para os olhos meus!
Inutilmente tentei clareá-los,
Mas o teu ser nunca me acolheu!
II
Bem-que-te-vi, distante de tudo...
Absorvido na tua pequenez !
"Perigo a vista", só eu avistava!
E enxerguei tua insensatez!
III
Bem-que-te- vi, estupefata!
Sempre fugindo do teu próprio ser,
Inimigo oculto, puxa, que susto!
Não te permitirei outra vez!
IV
Bem-que-te vi, aquele sorriso irônico...
Que tua farsa nunca me escondeu!
Não ensurdeci A ESTE formoso canto,
Que apesar de ti, permaneceu!
V
Bem-que-te-vi, não acreditando...
Como pudestes te dissimular?
Artista trágico, me eras tão próximo,
Que mal te pude enxergar!
VI
BEM-TE-VI, nesta manhã contente...
Com estes meus olhos que não choram mais,
Hoje desfruto da felicidade presente...
Neste teu canto tão peculiar!
VII
BEM -TE-VI, meu amigo,criei asas!
Tão faceiras quanto às que tu tens!
Voei alto para tão distante,
Muito além do que imaginei!
VIII
BEM-TE-VI, este nosso canto livre,
Anuncia as voltas que a vida deu!
A minha própria volta por cima,
Que aquém do tempo, me aconteceu!
SP,01-02-2001.