SEM RIMA 177.- ... estremecidos seios ...

Seios

Objetos dos seus devaneios

E de nossa languidez

Paraíso em forma de montes

Fontes de volúpia

E segredos por descobrir

Em mãos habilidosas estremecem

Na boca gulosa endurecem

Unidos em forma de vale

Por onde o seu tesão navega

Desejo agasalhado

Capricho realizado

E todo o prazer derramado

Leio de Beth Lucchesi, que o enviou ao "Recanto das Letras" em 14/04/2012 (Código do texto: T3613060). Segundo diz a poeta, acha-se inspirado na poesia "Seios, Seios, Seios...", do poeta Gauss, enviada em 12/04/2012, também ao "Recanto das Letras" (Código do texto: T3607864).

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Com certeza poucos varões

não obsidiam os seios femininos:

saudade da mãe amamentadora?,

cobiça da saliência persistente?,

evocação da deleitosa molícia?

A poeta Beth, a partir dos "devaneios"

confessados pelo poeta Gauss,

eleva-se da "languidez" ao "paraíso";

daquele Olimpo desce, como deusa

do amor, até as "fontes" da "volúpia".

A seguir, estremecida?, assedia,

os "segredos" das "mãos" hábeis...

O percurso lírico termina com a lembrança

da "boca gulosa" e do "vale" intermédio

e do feliz estreito entre Cila e Caríbdis,

que, com tesura, sulcam as naus

do "desejo", do "capricho", do "prazer",

"agasalhado", "realizado", "derramado"...