AS MINHAS PEQUENINAS (às minhas doces sobrinhas)
AS MINHAS PEQUENINAS
São lindas
Lindas
De encantar
Chamam-me de Miguel
Ou de Tio
Em vozes meiguinhas
E a minha eterna distância
Conseguem
Da vida aproximar
As minhas pequeninas
São tão fofas
Que por mim
Lhes estava sempre a dar mimos
Numa torrente de carícias
Pois de afecto
É que enche-las
É preciso
As minhas pequeninas
Ainda
Mal sabem quem são
Mas são lindas
As coisas mais lindas
Do Universo
Eu por elas dou a vida
Pois são mesmo
Tão…
Queridas!
As minhas pequeninas
Amo-as
Como nunca gostei de outro ser
Sinto-me
Não como pai
Sinto-me como Tio
Num papel ainda novo
Que ainda o estou a aprender…
As minhas pequeninas
Uma está quase na escola
Onde vai aprender a ler
Coisas que eu
Para elas
Ando há anos a escrever
À outra
A mais pequenita
E rechonchudinha
Fala aos tropeções
Por muito
Ter para contar
E faz-me o coração partir
Quando
Feliz
Me sorri
Me dá
A luz do seu olhar
As minhas pequeninas
Gostam ambas
Dos meus desenhos
Dos meus aviões
E é sempre uma aventura
Quando lhos mostro
E elas então
Parecem sonhar
Na repetição de uma infância
Com trinta anos
Altura
Em que os descobri
A comecei a admirar
As minhas pequeninas
É difícil
Dizer o que sinto por elas
Pois nunca me imaginei
Com filhas
Pois elas são
O que tenho
E terei mais perto disso
As minhas descendentes
As minhas pequeninas
São as estrelas mais brilhantes
Do meu céu
Tesouros imensos
Que também são meus
Por isso me custa
A distância
Delas
Por isso cada visita
É como se Deus
Me estivesse a tocar
São dois anjinhos
No meu firmamento
São tesouros
Sem valor
E por isso e por elas
Eu faço e farei tudo
A elas
Dou
E darei para a Eternidade
Todo o meu amor
As minhas pequeninas