BORBOLETAS (FELICIDADE DE UMA VIDA BREVE)
As borboletas voam
Sem ter esperança do amanhã,
Mas a ideia de sair do casulo
E flutuar plenamente pelo mundo
É o suficiente para estarem felizes.
E o estado de estar feliz
É hoje buscado nos livros, nos astros,
Na regressão ao passado
E na poesia temática da felicidade...
Que floresce na alma confusa do poeta.
Registrar em versos a felicidade
Não é o mesmo que sentir o seu sinônimo.
(O diferente conteúdo morre, seca-se e desfaz!)
As borboletas são seres
Que Deus as criou como exemplo:
Tudo o que é corruptível é efêmero!
A vida é transformada
Com a força do pensamento
Ligada à metamórfica maneira
De ver as coisas...
De ver o tempo (que é um presente!)...
De ver o amor.
As borboletas são nada mais do que:
Passados presentes em voo ao futuro.
Uma explicação viva do que somos,
Do que fomos e o que temos.