Clarisse e a viola

A viola do curdo está abalada

Esta triste com a decisão de Clarisse

Que lhe disse sem papas na língua

Que ele fosse embora

Que arrumasse suas trouxas

E que ele não fosse trouxa

De lhe procurar outra vez

A viola do curdo

Está abalada

Não encontra vida sem Clarisse

Acha que sem ela a mesmice

Volta à cena

Talvez ele não ache mais

As noites tão serenas

Nem os dias de sol tão bonitos

Tudo perdeu um pouco

A altivez

A viola do curdo está abalada

E seu mundo

Ficou a avessa

Ficou menor do que era

A vida passou

Há ser do trabalho

Pra casa

Da casa pro trabalho

Mas toda vez,

Toda vez

Que ele via a lua bela

No seu caminho

A sua doce viola

Perdia um pouco a timidez.

Mathias Moreno
Enviado por Mathias Moreno em 28/05/2012
Reeditado em 28/05/2012
Código do texto: T3693216