CANTEIROS
(Sócrates Di Lima)
Quero correr entre os canteiros,
Tomados por flores azuis,
Sentir perfumes e cheiros,
De relva molhada sob céu de anís.
Faço do meu coração canteiros,
Em contornos de verdes folhas,
Flores e ciprestes rasteiros,
Orvalhados em bolhas.
Minha alma sorri no matinal,
Ao ver o tão belo colorido das vidas,
Desenhados na mente em virtual,
Canteiros de rosas e margaridas.
E no meu peito aberto,
Deixando entrar borboletas e beija-flores,
Passeando entre os canteiros, de certo,
Trazendo o mel da saudade e seus sabores.
Canteiros da minha alma nua,
Canteiros da minha vida em fogo,
Canteiros banhados em cristais de lua,
Como se a vida fosse um insano jogo.
Então faço de meu coração celeiros,
Para receber as mais belas flores,
Fantasiar a alegria em todas as cores,
Fixar o amor em busto, entre meus canteiros.