EM CÉU ABERTO
(Sócrates Di Lima)
Corre por entre flores,
O rio das minhas alegrias,
E no remanso dos pudores,
Me abro as minhas fantasias.
Vôo em céu aberto,
Como pássaro gigante,
Batendo asas por certo,
Sobre flores em rasante.
Sigo então o oriente,
Como quem segue o horizonte,
Como quem deixa o ocidente,
Embusca do amor que lhe é fonte.
Banhos de luzes que o luar derrama,
Sobre uma saudade exagerada,
Como quem se deita na cama,
A espera da mulher amada.
Em céu aberto as nuvens me acolhem,
Em azuis de alma, me deixo envolver,
Como os ventos deixo que se espalhem,
A minha vontade de viver.
Ah! Que me tome o desejo intrépido,
De buscar-me no caminho perdido,
Como uma letra de amor esculpido,
No âmgo de um coração bandido.
E que passe o tempo sorrateiro,
Na pressa que lhe é concreto,
Levando o amor de um tempo inteiro,
Nas asas dos meus ventos, em céu aberto.