Tomando posse
Vem, vem depressa e arromba a porta do meu orgulho,
toma posse logo do que é teu, promessa antiga
que se perdeu na noite dos tempos...
Vem ligeira, vem, vem, usa teus pés alados.
Minha emoção é grande, que me petrifico
e permaneço quieto, em virtuoso silêncio.
Sinto o frio dolorido da solidão,
encolho-me no canto do quarto,
atento aos teus passos que ainda tardam.
Minha alma treme de emoção imaginando
a tua chegada. O ar se enche de todo o teu perfume,
que exala e tonteia a minha cidade,
e meu corpo insone tremula da mais pura felicidade!
Nota: Meu "eu poético", desiludido, ainda faz poesia como remédio para os eventuais tristes dias da vida.