Criança gente grande
Acostumei-me a ver as árvores com raízes
Em ter um pedaço de papel pra desenhar
Como uma graciosa menininha quando descobre o giz de cera,
Foi à parte mais linda que pude ver
Olhei o tempo e suas pontadas
Detestei ter que me debruçar sobre ele
Como não tive escolhas acabei acatando,
Mesmo muito inquieta
Vieram as chuvas vazias
Um sentido muito pasmo e cinza
Uma longa tempestuosa caminhada,
Ainda sim, minha caminhada
Os sapatos estão sem pés
Hoje o dia começo a fazer sentido,
Mesmo com um lugar ao mar
Busco a força de sua intensidade
Sou meus lados em tempos
Firmes os passos que me guiam
Estrada de onde acabei formando
O que de mais quero ser um dia.