VERDES VINHAS

Da noite, sem silêncio e tão comprida,
até a manhãzinha, com o sino da ermida,
muito barulho, durante a noite aconteceu.
Bem cedinho,  canário,  sabiá e o rouxinol,
cantam, para dizerem bem vindo ao sol,
mais um dia, que no ranchinho amanheceu.

A noite nunca vejo por aqui o calango,
mas ouço os tristes pios do curiango,
as vezes o lamentoso uivo de um cão.
Já na tarimba, aqui no meu aconchego,
vejo pela janela o voo rasante do morcego,
como se fosse o acento, da palavra solidão.

E a tarde no céu, a bando das andorinhas,
mudam a paisagem, coberta pelas vinhas,
desde o amanhecer, todo dia essa rotina...
Depois que se cala, o meu vizinho sabiá,
vem em seu lugar os uivos do lobo guará,
assim que acender a primeira lamparina.



GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 29/03/2012
Código do texto: T3583127
Classificação de conteúdo: seguro