DIA QUE SACODE O DIA
(Sócrates Di Lima)
O dia amanhece e cria,
A cria que o dia conduz,
Um sorriso que já na madrugada a alma sorria,
E trazia o calor do amor que me seduz.
Como um sacudir,
Do tempo na mão espalmada,
Um véu içado pelo vento a insistir,
E esvoaçar como os cabelos da amada.
Então chega a saudade de costume,
Uma cotidiana mensagem de bem querer,
Vem de longe e em mim se resume,
Num beijo de brisa que ela vem trazer.
E amanhece a manhã sacudida,
Como se Basilissa me abraçando,
Eu numa vontade tanta querida,
Seu corpo apertando, seus ossos estalando.
Saudade boa de se sentir,
Não importa e presente ou distante,
A imaginação faz produzir,
A imagem que abraça ofegante.
E o dia sacode com euforia,
Com todos seus modos de abraçar,
Fazendo desse abraço uma gostosa magia,
E tão logo abraçar Basilissa sacudindo seu dia.