A COR DA ALMA
(Sócrates Di Lima)
Dá-se o dia cor celeste,
Sob os raios de um Sol ardente,
Como se um dia seu manto veste,
Na cor azul mais atraente.
A alma tem cor?
Qual a cor da alma?
Seria ela multicor?
Um branco de luz e calma?
Talvez a cor do arco-íris lhe reserve,
Algumas tem cor de breu,
Outras de luz em neve,
Quiçá cada uma tenha a cor de Deus.
Para mim a alma tem uma só cor,
A cor do azul de mar ao longe,
Como a cor do olhar do meu amor,
Sereno e penetrante feito silêncio do Monge.
Minha alma e a alma dela,
Ambas num azul acentuado,
A cor que envolve o céu, azul de sentinela,
Sempre guardião do belo, no azul encantado.
Assim, vejo a alma de Basilissa,
Pelas janelas da minha própria alma,
Na cor azul, como o olhar fica remissa,
Na espera do amanhecer no azul que o olhar espalma.
Então, para mim, há a certeza,
De que a alma é azul sim e com esplendor,
Pois é uma cor transparente e de rara beleza,
Que posso até dizer que também é a cor do nosso amor.