Minhas manhãs
Geralmente acordo triste...
As noites têm esse poder de mexer com meus medos,
Revirar minhas saudades,
Mostrar os vazios que preenchem as lacunas da minha vida.
Não gosto das noites, elas têm a cor do medo,
E cheiro de perdas,
Quando a gente só as vê
Na penumbra de um quarto.
O tempo nos fez perder a sensibilidade
De ir ver a noite lá fora,
Onde as estrelas brilham sozinhas
Em volta de uma lua ofuscada pelos neons.
Mas as manhãs... ah!... como eu amo as manhãs...
Elas nascem me fazendo carinhos,
Me chamando para a vida que recomeça a cada dia,
E me enfeita com o brilho do sol,
Que a o contrário da lua, atrevido, invade a minha casa.
Quando abro as janelas sorrindo,
Meus olhos encontram de novo um mundo lindo,
E minha alma sai como as borboletas,
Pousando nas flores, misturando as cores,
Para outra vez colorir a minha vida.