O ADMIRÁVEL COFRE DAS LEMBRANÇAS...
O Admirável cofre das lembranças...
Tudo passa e se esvoaça nas cinzas.
Nos corredores das memórias, bem...
ficam as canções e os aromas
Dos encontros e da saudade
Tudo caminha por mais que esteja só...
Esperando um átimo de tempo para
Ir! Isso mesmo ir para onde se permita
Viver, que é o mais difícil!
É difícil sim! Concorda?
Não é um jogo de cartas marcadas! É?
E você é você há muitos anos a frente
Só há um espaço ôco entre o que é e o que será!
O todo se divide em momentos.
Em invernos frios e verões quentes
Em folhas que caem e em flores que brotam!
E tudo bem! O mundo gira e...
O tempo não é nosso
É um Deus tirano que nos engole
Aos poucos e nem nos saboreia
Agridoce que é, empurra a nossa vida...
Para cima e para baixo!
E nas teias das velhas que guardam nosso destino
Os fios se embaraçam e se entrelaçam as histórias!
As mais improvavelmente acontecíveis!
Eu pretendo guardar (o sopro de vida) no cofre das minhas lembranças
Mas só permito que entre nesse corredor escuro
Ninguém! até porque me calafria a espinha
quando entro nele. Há um medo de nos encontrar.
Lá será o sepulcro das minhas idas.
As vindas ficam do lado de fora, mas guardarei enquanto eu puder...
Guardarei aquilo que achei que foi meu!
Não podemos brincar com os aneis de Saturno
As poeiras estarão no mundo e um dia quando tudo
acabar - se é que se começa - haverá um...
Guardarei esse um, porque tenho saudade dele!
Há um cofre que guarda os mais admiráveis segredos
Repousam lá todos os nossos eus.
A senha é um convite a se olhar diante daquilo que o espelho não...
O espelho não alcança!