A Magia da Infância
Férias... que alegria! Mal o dia amanhecia
Lá estava a criançada, livre, solta, despreocupada.
Sapatos? Nem tinha precisão. Gostoso era pé no chão.
Brinquedos, na maioria, a gente mesmo fazia
Com alguns apetrechos nas mãos, todos eram artesãos.
O cavalinho de pau, era o cabo da vassoura,
De rédea, servia um cordão, que dava equilíbrio ao peão.
Tudo era pintado à mão. O vermelho era o alazão,
O de manchas, o bragado, e o baio, amarelo dourado.
No meio da galopada, a mãe gritava zangada:
Traz o cavalo alazão, que é pra eu varrer o chão.
Bodoque ou atiradeira, meninos de mira certeira.
Não pra matar passarinho, nem pra vidraça quebrar,
Era só pra derrubar manga, goiaba, caju,
Onde a vara de bambu não conseguia chegar.
Pular corda, que alegria, todo mundo sabia!
Fazia uma fila, um entrava outro saía.
E a pelada no campinho.
No fim do jogo, sempre o mesmo resultado:
O dedão todo esfolado e a sola do pé cheia de espinho.
Mas quem ligava pra machucado? Era só amarrar um paninho,
No outro dia estava curado.
E a bola de pano esfarrapada também era remendada.
Soltar pipa e comandar do chão. Papel de seda, azul, verde, laranja.
Com rabióla em franja, dava asas à imaginação.
Subir com elas... bem alto... flutuar...
Sentir o vento e a brisa fresca no ar.
E tem mais que posso lembrar:
Brincar de casinha, ciranda, amarelinha.
Jogar bolinha, trocar figurinha,
Rodar pião, fazer bola de sabão.
Tudo isso era a magia da infância.
Meus belos anos dourados que pra sempre serão lembrados.
LUZIA VACCARI