o nascer do poeta
O NASCER DO POETA
O corpo expulso do ventre
tem momento festejado
Tem luzes tem sorrisos ,
já se pensa em batizado.
.
O tempo vai passando,
uns enxergam do ato,
A mecanicidade.
Outros, iludidos pensam ainda na festa do batizado!
.
O louco de alma poética
Enxergou um pouco mais distante
Descobriu sofrendo, ,
Que nascer era mais que aquele instante.
.
Intuíu que tinha espinhos a pisar
E que pisando no primeiro,
não teria como voltar...
.
Abraçou a flor de cacto,
dela extraiu a água
Bebeu, e satisfeito
Retirou a primeira mágoa...
.
Aquela fantasmagórica personalidade em expansão
Não era brisa e nem solução
O âmago morria em lutas,
trazendo em si a erupção do vulcão
.
Aberto o portão,
expelidas as lavas:
poesia e filosofia...
fazia-se nascer na vida ,a verdadeira magia...
.
Acatadas as rugas dos caminhos andados,
Respeitados os ríspidos lírios
Mastigada a alegria da noz quebrada
Provou-se o doce da dança criada.
.
Liberta dos escudos,
Embriagada pelo vinto tinto das dores derramadas
Saía do cartesiano
E nascia uma pessoa batizada!