o nascer do poeta

O NASCER DO POETA

O corpo expulso do ventre

tem momento festejado

Tem luzes tem sorrisos ,

já se pensa em batizado.

.

O tempo vai passando,

uns enxergam do ato,

A mecanicidade.

Outros, iludidos pensam ainda na festa do batizado!

.

O louco de alma poética

Enxergou um pouco mais distante

Descobriu sofrendo, ,

Que nascer era mais que aquele instante.

.

Intuíu que tinha espinhos a pisar

E que pisando no primeiro,

não teria como voltar...

.

Abraçou a flor de cacto,

dela extraiu a água

Bebeu, e satisfeito

Retirou a primeira mágoa...

.

Aquela fantasmagórica personalidade em expansão

Não era brisa e nem solução

O âmago morria em lutas,

trazendo em si a erupção do vulcão

.

Aberto o portão,

expelidas as lavas:

poesia e filosofia...

fazia-se nascer na vida ,a verdadeira magia...

.

Acatadas as rugas dos caminhos andados,

Respeitados os ríspidos lírios

Mastigada a alegria da noz quebrada

Provou-se o doce da dança criada.

.

Liberta dos escudos,

Embriagada pelo vinto tinto das dores derramadas

Saía do cartesiano

E nascia uma pessoa batizada!

Conceição Castro
Enviado por Conceição Castro em 07/02/2012
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