QUE LUGAR É ESSE?
Onde eu nasci, é um lugar encantado,
acolherdor permanente, e gentil.
Lá eu via o sol nascendo, rasgando
a crista da serra, todos os dias.
Via as folhas sintilantes de orvalho,
derramaren-se viçosas e fartas
decendentando a negra terra fértil.
Brilhava o sol , de março a fevereiro,
e a poeira, enchia a estrada deserta.
Mas chegada a primavera, chovia,
E o roceiro timido, se empolgava
sem "dar bolas" pra enxurrada,
que se lambia a várzea por inteiro,
nasciam fáceis o feijão, o milho,
seria farta a colheita, na certa.
Nas ruas porfiavam quem era mais,
se as rubras copas dos flamboaians,
apontando em súplicas para o alto,
se as acácias, dos galhos penduradas,
chovendo, pingando folhas douradas,
naquelas resplandencentes manhãs.
As boguenvilhes brancas e lilazes,
de flores pequeninas numerosas
não fazaiam por menos, encantavam
já não são minusculas fulgases,
trocaram de nome agora se chamam
"SEMPRE LUSTROSAS"
* * *
Caminheiro, por onde você foi,
se encontrou o lugar longe daqui
com Acácias, Flambozians, João de Barro
folgadão e cantador; Azulão,
Sanhaçu, Canário, Sangue de Boi,
muitos, mas muitos Bem-te-vis
avise-me; aprecearia vê-lo,
deve ser o lugar onde eu nasci !