Dois pontos e um traço

Dois pontos e um traço

e começa a divisão

no país das montanhas.

Um talismã fantasma,

escondido no arco iris

espera o escolhido.

Um apito do trem

que corre tranquilo

entre vales e montes

acorda o rouxinol

que entoa uma melodia

embalando o sonho

da menina cor de rosa

que sonha com veleiros

num manso mar azul.

Dois pontos e um traço

e começa a confusão

na selva de arranha céus.

A emboscada armada

para o vento da noite

que fazia uma serenata

à menina cor de rosa

não surtiu efeito.

Então surgiu a bruxa,

a bruxa cor de cinza

que veio do norte

para assombrar os sonhos

da menina que dormia

ao som do vento noturno.

Dois pontos e um traço

e começa o final

do poema sem tema

sem pé nem cabeça.

A pena de aço

corre pelo papel

usando tinta azul

e maculando o branco

de folhas tão limpas.

Na caixinha doirada

cheia de tantos pontos,

ponto de interrogação,

de vírgulas, hífens,

asteriscos e parênteses

agora escolho um

para terminar.

Escolhi e pinguei

um ponto final.

LuizMorais
Enviado por LuizMorais em 30/01/2012
Código do texto: T3470640
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