Dois pontos e um traço
Dois pontos e um traço
e começa a divisão
no país das montanhas.
Um talismã fantasma,
escondido no arco iris
espera o escolhido.
Um apito do trem
que corre tranquilo
entre vales e montes
acorda o rouxinol
que entoa uma melodia
embalando o sonho
da menina cor de rosa
que sonha com veleiros
num manso mar azul.
Dois pontos e um traço
e começa a confusão
na selva de arranha céus.
A emboscada armada
para o vento da noite
que fazia uma serenata
à menina cor de rosa
não surtiu efeito.
Então surgiu a bruxa,
a bruxa cor de cinza
que veio do norte
para assombrar os sonhos
da menina que dormia
ao som do vento noturno.
Dois pontos e um traço
e começa o final
do poema sem tema
sem pé nem cabeça.
A pena de aço
corre pelo papel
usando tinta azul
e maculando o branco
de folhas tão limpas.
Na caixinha doirada
cheia de tantos pontos,
ponto de interrogação,
de vírgulas, hífens,
asteriscos e parênteses
agora escolho um
para terminar.
Escolhi e pinguei
um ponto final.