Eu vejo o vôo mais lindo no horizonte
e o silêncio do cheque-mate do rei,
e amo o rasante onde reina a paz
por quantas vezes te admirei
por quanto tempo te esperei
até chegar a calma noite a me acenar cansaço...
Até que a vida andasse pelas trilhas a rasgar corações
furtar emoções, e despencar sobre as ondas
as mais belas canções
das nascentes, recantos, raios de sol e fechasse o dia
como se o destino escorregasse a escuridão entre as frestas de uma longínqua viagem.
Minha embarcação esquiva-se
sobre a beleza absoluta do teu seio azul
apenas o retrato do tempo
a extensão de uma pintura intacta
apenas o balanço da lancha
e a sinfonia do sopro do vento
me levam ao destino final.
A noite é o avesso dos meus ocultos desejos
se a lua vem morar comigo
ofusca o brilho dos teus beijos.
Porque nunca haverá felicidade
para aquele que não amar o vôo dos pássaros sobre as águas azuis...
Porque nunca haverá paz
para quem naufragar sem o segredo do canto dos golfinhos...
Quem ousará apagar a luz estendida sobre o horizonte marinho?
Haverá naufrágios sem sofrimento?
ou medo, fervores, tormento, alucinações, sem arrependimento?
O mar infinito transborda encanto sobre os meus conflitos...
Minha alma está mais calma agora!