R
      ecanto
        
                das
                  
                    L 
                        etras
                         
 

 

pippo y monica magia.wmv

 
 


Homenagem...
 
Renato             
 
“O tempo não para” e não somos mais meninos. Somos adultos, com lembranças que tem sensação de vento no rosto, gosto de pudim de leite, Mineirinho, doce de caju cristalizado, bolo de aipim com coco, que sempre precisava ser “acertado”, e bife com batata frita...; tudo isto, meio misturado ao cheiro de casa bem cuidada, vatapá, azeite de dendê vindo do nordeste (não servia qualquer dendê), peixada com leite de coco, empadinhas recém tiradas do forno e bacalhoada. Assim somos. Bem misturadinhos e... num passe de mágica! ... Os Silva Trigueiros!
Não farei poesia. Escreverei apenas o que ouvir do coração. Não vou me preocupar com rimas, nem fazer acrobacias literárias, vou apenas deixar as lembranças falarem.
                Há 52 anos atrás entrei na sua vida sem pedir licença. Cheguei como você dizia, parecendo um “sapinho no arredoma” e balancei sua estrutura. Perdoa-me por ter sido tão abusada e chegar de forma desavisada, tirando de você o domínio que há 14 anos desfrutava. Ter uma irmãzinha para um adolescente não é nada atraente! Êta garotinha inconveniente!!!
                Por outro lado, ter um “irmaozão” para uma pirralha era o máximo! Eu era a única (sabia?), que tinha um irmão grandão, que fazia balão como ninguém, soltava cafifa muito bem, desenhava muuuuuito e pilotava uma bicicleta melhor ainda.
 Posso não ter sido um presente para você, ao seu olhar de adolescente, mas você sempre o foi para mim.
                Aos quatro anos mamãe me matriculou no Jardim de Infância Pingüim, lá no início da Riodades. Ser levada à escola por você era pra mim uma grande alegria. Pequenina, com uniforme impecável, ia à sua garupa, bem agarrada a sua cintura (tinha que segurar bem forte para não cair), perninhas abertas (cuidado que deveria ter para não prender os pés na roda), cabelos muito bem penteados e com lacinho de fita ao vento, sorrindo e desfrutando da aventura insana que você me proporcionava.  E você Renatinho, pedalava, pedalava e pedalava cada vez mais rápido, e eu pedia, - larga! Larga! E você... abria os braços e eu delirava, ia ali dando gargalhadas, sorrindo e voando, me sentindo extremamente segura, tendo a certeza de que você sabia o que estava fazendo. Éramos cúmplices nesta peraltice e guardava estes momentos de aventura em segredo, para não correr o risco de perdê-los.
 Realmente Jesus sempre nos amou muito!!!