Despertar de um sono a dois
Quando o silêncio
Cedo
Se esvaeceu
Senti
Fundidos
Os segundos de todos os mundos
Vi os minutos atingirem horas
Surpreendi as horas invadindo o dia
E toda a imensa escala do tempo se fez diminuta.
Percebi
Então
Com o sono e a razão em disputa
Que era passada a noite
Mais uma
Uma longa noite em vigília.
Bem ao fundo
No meu pensar sonolento
Ainda toldado
Pese a luz da manhã
Recuperei o momento esbatido
Em que os olhos fechei
E agradecendo a vida pensei
No bom que é ter
Ao meu lado
O calor sem par
Do amor adormecido.
Feita
Da razão
Melodia
Encarando o sol da manhã
Despertei-a como cada dia
Alimentando a esperança vã
De ouvi-la em suspiro dizer
“Ainda não...”
E com ela voltar a adormecer.