Despertar de um sono a dois

Quando o silêncio

Cedo

Se esvaeceu

Senti

Fundidos

Os segundos de todos os mundos

Vi os minutos atingirem horas

Surpreendi as horas invadindo o dia

E toda a imensa escala do tempo se fez diminuta.

Percebi

Então

Com o sono e a razão em disputa

Que era passada a noite

Mais uma

Uma longa noite em vigília.

Bem ao fundo

No meu pensar sonolento

Ainda toldado

Pese a luz da manhã

Recuperei o momento esbatido

Em que os olhos fechei

E agradecendo a vida pensei

No bom que é ter

Ao meu lado

O calor sem par

Do amor adormecido.

Feita

Da razão

Melodia

Encarando o sol da manhã

Despertei-a como cada dia

Alimentando a esperança vã

De ouvi-la em suspiro dizer

“Ainda não...”

E com ela voltar a adormecer.

Jacinto Estrela
Enviado por Jacinto Estrela em 12/01/2012
Código do texto: T3436795
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