Fazer Versos
Se ser poeta é ser filho da dor
Se escrever é fugir de algo, fluir
Então, quero a cura, quero o amor
Posto que a dor não é nada, é mentir
Ela não existe na realidade, o valor
Que lhe outorgamos, é fictício, fugir
Entrar em mim mesmo, sentir o sabor
De cada letra, de cada existir
É conquistar o que há de mais sublime
O que nenhuma palavra define
Dizem que a vida é cheia de dores
Dizem que aqui é lugar de remissão
Purificar, colecionando amores
Que pouco a pouco nos resgatarão
Fazer o bem não é prestar favores
Gostar de alguém não é brincar de paixão
Escrever o amor é ligar os motores
Que vão trazer a cura do coração
Vivendo assim nossa dor não existe
Mas, isso só é possível a quem persiste
De madrugada escrevo esses versos
Bendita insônia que de mim se apossa
Sei que vão ler, pensamentos dispersos
Sinto-me tão bem, nem um tico de fossa
Pra que dormir se estou cheio de versos?
Fluindo a quem interessar possa?
Meu coração repleto de universos
Respeita a dor alheia, jamais troça
Mas, sinto-me tão bem, tão animado
Como se todo mal fosse passado
Inda na cama, rente à cabeceira
Não busco palavras, elas me chegam
Fazem tanto mistério, besteiras
Confundem os poetas e até negam
Que eles sejam felizes, que asneira!
Então, escrever, rimar sons que navegam
Pululam, em verve, sulcando em leiras
O que é senão anjos que entregam
O segredo da vida, a realidade
O elixir doce da felicidade?
Associar poesia à tristeza
É ter vista curta, é não ver por dentro
É deixar-se levar pela incerteza
É não querer criar, fugir do centro
Entregue-se, abandone a moleza
Deixe fluir solto seu pensamento
Não pense no mal, só na pureza
Concentre-se, rasgue, exorte o alento
Aí, então, como a surgir do nada
Verá sua poesia acabada
O que é isso senão alegria?
Que outro nome tão abençoado
Que outra classificação teria
O arrancar do medo atormentado?
A entrega, a fé, a paz e, quem diria
Um ser, franzino ser, acorrentado
Desconhecendo o que seja agonia
Não precisando fugir do passado
Nos braços ternos de nossa senhora
Não vive, não morre, sou o agora
Se ser poeta é ser filho da dor
Se escrever é fugir de algo, fluir
Então, quero a cura, quero o amor
Posto que a dor não é nada, é mentir
Ela não existe na realidade, o valor
Que lhe outorgamos, é fictício, fugir
Entrar em mim mesmo, sentir o sabor
De cada letra, de cada existir
É conquistar o que há de mais sublime
O que nenhuma palavra define
Dizem que a vida é cheia de dores
Dizem que aqui é lugar de remissão
Purificar, colecionando amores
Que pouco a pouco nos resgatarão
Fazer o bem não é prestar favores
Gostar de alguém não é brincar de paixão
Escrever o amor é ligar os motores
Que vão trazer a cura do coração
Vivendo assim nossa dor não existe
Mas, isso só é possível a quem persiste
De madrugada escrevo esses versos
Bendita insônia que de mim se apossa
Sei que vão ler, pensamentos dispersos
Sinto-me tão bem, nem um tico de fossa
Pra que dormir se estou cheio de versos?
Fluindo a quem interessar possa?
Meu coração repleto de universos
Respeita a dor alheia, jamais troça
Mas, sinto-me tão bem, tão animado
Como se todo mal fosse passado
Inda na cama, rente à cabeceira
Não busco palavras, elas me chegam
Fazem tanto mistério, besteiras
Confundem os poetas e até negam
Que eles sejam felizes, que asneira!
Então, escrever, rimar sons que navegam
Pululam, em verve, sulcando em leiras
O que é senão anjos que entregam
O segredo da vida, a realidade
O elixir doce da felicidade?
Associar poesia à tristeza
É ter vista curta, é não ver por dentro
É deixar-se levar pela incerteza
É não querer criar, fugir do centro
Entregue-se, abandone a moleza
Deixe fluir solto seu pensamento
Não pense no mal, só na pureza
Concentre-se, rasgue, exorte o alento
Aí, então, como a surgir do nada
Verá sua poesia acabada
O que é isso senão alegria?
Que outro nome tão abençoado
Que outra classificação teria
O arrancar do medo atormentado?
A entrega, a fé, a paz e, quem diria
Um ser, franzino ser, acorrentado
Desconhecendo o que seja agonia
Não precisando fugir do passado
Nos braços ternos de nossa senhora
Não vive, não morre, sou o agora